EXPORTAÇÕES

Carnes, ovos e grãos do Brasil devem ampliar mercado no México com isenção de imposto

País norte-americano renovou pacote contra inflação que zera tarifa para importação de produtos agropecuários

Zocalo Square and Mexico City Cathedral – Mexico City, Mexico
Zocalo Square and Mexico City Cathedral – Mexico City, Mexico

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) comemorou a publicação por parte do governo do México, de decreto que renova por um ano o pacote de combate à inflação e à escassez de alimentos. Conhecido pela sigla Pacic, o conjunto de medidas inclui a isenção de imposto de importação aplicado a produtos que compõe o consumo das famílias mexicanas – o que beneficia diretamente o Brasil.

De acordo com o Mapa, a lista de produtos brasileiros que serão favorecidos pela isenção inclui carne de aves, carne suína, carne bovina, milho, arroz e ovos. A renovação da isenção de imposto entra em vigor nesta sexta-feira (29), e tem validade até 31 de dezembro de 2024.

Em 2023, o México se tornou o quinto principal parceiro comercial brasileiro, atrás da China, Estados Unidos, Argentina e União Europeia, informa o ministério. No ranking anual das exportações, o país teria ultrapassado o Chile e o Paraguai, colocando-se como segundo principal destino das exportações agropecuárias brasileiras na América Latina. Em boa medida, esse movimento foi impulsionado pela implementação do Pacic em maio de 2022.

“A renovação do Pacic é, portanto, uma vitória tanto para o agro brasileiro quanto para a economia familiar mexicana, reforçando a relação comercial entre os dois países e abrindo caminho para futuras oportunidades de crescimento e cooperação”, afirma o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Roberto Perosa.

Carne de frango e de suínos para o México

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) também celebrou a renovação das medidas pelo governo mexicano. De acordo com a entidade, isso impacta positivamente as exportações de carne de frango, carne suína,carne de peru e ovos, dos quais o Brasil é fornecedor ao mercado local.

A ABPA lembra que, antes da implantação do programa de combate à inflação e à escassez de alimentos, as tarifas de importação aos produtos brasileiros alcançavam 16% para carne suína e até 75% para carne de frango, por exemplo.

“Graças ao trabalho de excelência dos ministérios da Agricultura e das Relações Exteriores, o México se consolidou como um destino tradicional da carne de frango do Brasil e abriu as suas portas recentemente às importações de ovos e de carne suína. Apesar de entraves que se apresentaram recentemente à carne suína, e que esperamos que sejam superados em breve, há fortes expectativas em relação ao crescimento do papel brasileiro no apoio à segurança alimentar mexicana e em sua luta com a inflação dos alimentos”, avalia o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

O México é o nono principal destino da carne de frango do Brasil, informa a entidade. Até novembro, o país importou 172,5 mil toneladas do produto, volume que superou em 28,4% os volumes embarcados no mesmo período de 2022.

No caso da carne suína, o país é o décimo principal destino dos produtos brasileiros, com importações que totalizam 28,1 mil toneladas nos onze primeiros meses de novembro.

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