O manejo pré-abate de suínos é uma etapa essencial para garantir a qualidade da carne e o bem-estar animal. Qualquer falha nesta etapa pode resultar em perdas econômicas para o suinocultor, além de comprometer a qualidade da carne, que pode ser descartada na indústria.
Em entrevista ao Ligados & Integrados, o médico veterinário Rosiel Moreira Cavalcante, especialista em suinocultura, destacou os principais cuidados que devem ser tomados no manejo pré-abate de suínos.
Perdas de qualidade e descarte de carcaças
Segundo Cavalcante, alguns dos principais problemas que podem ocorrer durante o manejo pré-abate e causar perdas de qualidade da carne e o descarte de carcaças são:
- Lesões: os suínos podem sofrer lesões durante o transporte, o carregamento ou o abate. Essas lesões podem contaminar a carne e torná-la imprópria para consumo.
- Morte: suínos que sofrem estresse ou trauma podem morrer antes do abate. Nesses casos, as carcaças são descartadas, pois não são consideradas aptas para consumo.
- Mudanças na cor e na textura da carne: o estresse e o trauma podem causar alterações na cor e na textura da carne, tornando-a menos atraente para o consumidor.
Impacto econômico
Uma falha no manejo pré-abate pode ter um impacto significativo nos resultados econômicos do suinocultor.
Segundo Cavalcante, o custo de produção da carne de suíno é alto, e qualquer perda de qualidade pode representar uma redução na receita do produtor.
“O custo de produção da carne de suíno é de cerca de R$ 3,50 por quilo. Se uma carcaça for descartada devido a uma lesão, o produtor perde cerca de R$ 350”, explicou Cavalcante.
Dicas para o carregamento dos animais
O carregamento e transporte dos suínos é uma das etapas mais importantes do manejo pré-abate. Cavalcante destacou algumas dicas para os produtores:
- O transporte deve ser realizado em veículos adequados e em boas condições.
- Os suínos devem ser carregados de forma calma e sem estresse.
- Os animais devem ser transportados em um ambiente ventilado e com temperatura adequada.
Notícias Relacionadas
Jejum dos animais
Os suínos precisam estar de jejum um período na granja antes de serem carregados. O jejum é importante para reduzir a quantidade de fezes e urina na carcaça, o que pode contaminar a carne.
O jejum deve ser de pelo menos 12 horas, mas pode ser prolongado para até 24 horas. A duração do jejum depende do peso do animal e da distância que ele irá percorrer até o abatedouro.
Número de pessoas no manejo pré-abate
O número de pessoas envolvidas no manejo pré-abate deve ser o menor possível. Cavalcante explicou que a presença de muitas pessoas pode causar estresse nos animais e aumentar o risco de lesões.
“O ideal é que o manejo pré-abate seja realizado por uma equipe pequena e experiente”, disse Cavalcante.
Bem-estar animal
O bem-estar animal é um fator importante a ser considerado no manejo pré-abate de suínos. Animais que sofrem estresse ou trauma antes do abate podem apresentar alterações na qualidade da carne.
“O bem-estar animal é fundamental para garantir a qualidade da carne e a segurança alimentar”, afirmou Cavalcante.
Para garantir o bem-estar animal no manejo pré-abate, Cavalcante recomenda:
- Trabalhar com profissionais qualificados e experientes.
- Utilizar equipamentos e instalações adequadas.
- Realizar o manejo de forma calma e sem estresse.
O Ligados & Integrados está na tela do Canal Rural de segunda a sexta-feira às 11h30.
Gostou desse tema ou quer ver outro assunto relacionado à avicultura e suinocultura? Envie sua sugestão para [email protected] ou para o número de WhatsApp (11) 9 7571 3819.
