“O atendimento correto ao parto e aos leitões recém-nascidos é muito importante para que possamos colher bons resultados futuros”, explica Ivan Cezar Cunico, extensionista da Unidade Produtora de Leitões Desmamados (UPD), de Seberi (RS). Por isso os produtores devem ser habilitados e treinados para executarem o manejo.
De acordo com Cunico, as técnicas direcionadas incluem cuidados com a temperatura ambiente e com a alimentação. “Durante cinco minutos os leitões devem permanecer no escamoteador, ou caixote, que precisa obedecer à temperatura entre 30 e 32 graus. No caso dos leitões que nascem com menos de um quilo, o tempo de permanência deve ser maior, entre 40 e 60 minutos. O processo é necessário para que ocorra a estabilização dos animais logo após o nascimento. Depois, as secreções nasais devem ser retiradas para que os animais possam respirar da melhor forma possível. Os leitões devem ser secados com pó secante ou papel–toalha e, em seguida, devem ser amarrados para que seja realizada a desinfecção do umbigo”, explicou.
A próxima etapa é a mamada. O primeiro leite, chamado de colostro, possui altas concentrações de imunoglobulinas ativas e, por isso, é muito importante para a nutrição e para a imunidade dos suínos. “A ingestão de colostro deve acontecer ainda nas seis primeiras horas de vida e deve ser por orientação, por mamada parcelada ou via sonda no caso dos leitões menores. A quantidade essencial é de 200 ml para que o leitão possa adquirir imunidade de forma adequada”, completou.
A médica veterinária Juliana Ribas afirmou que o colostro une as funções nutricionais e imunológicas. Ainda de acordo com Juliana, o umbigo liga as estruturas do leitão à placenta da mãe, permitindo trocas gasosas e nutricionais, e pode ser uma fonte de infecção.
“No momento do parto, o produtor deve tomar cuidado para não tracionar excessivamente o umbigo e gerar uma hérnia. É preciso utilizar pó secante, equipamentos muito bem higienizados, como a tesoura, e obedecer às orientações técnicas para um processo seguro. Mais que isso, uma infecção residual no umbigo pode afetar o comportamento de mamada do leitão e gerar febre ou até uma septicemia, e os animais podem ficar mais suscetíveis à diarreia ou até mesmo à morte. Os filhotes também precisam ter as vias aéreas desobstruídas para permitir a passagem adequada do ar, daí a importância dos cuidados com as secreções nasais “, alertou.