ANÁLISE DE MERCADO

Cepea destaca equilíbrio nos insumos e força das exportações em 2024. O que esperar para este ano?

Os custos de produção continuam sendo uma preocupação constante para os produtores rurais

Cepea destaca equilíbrio nos insumos e força das exportações em 2024. O que esperar para este ano?

Em 2024, a estabilidade nos preços do milho e do farelo de soja contribuiu para a manutenção do poder de compra, segundo Luiz Melo, analista de mercados do CEPEA – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada do Departamento de Economia, Administração e Sociologia ESALQ/USP (SP). Assista ao vídeo abaixo e confira a entrevista na íntegra.

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“O ano foi marcado por preços controlados nos principais insumos, com resultados positivos para a margem do produtor devido às altas históricas nos preços da carne suína”, destacou.


No caso da carne suína, fatores como oferta restrita, exportações aquecidas – com as Filipinas assumindo a liderança como principal destino – e o ganho de competitividade frente à carne bovina impulsionaram os resultados. Mesmo com uma leve retração nos preços em dezembro, o cenário geral foi positivo para a suinocultura.

Na avicultura, o ciclo curto do frango permitiu ajustes rápidos na produção. A oferta foi elevada em 2023, mas houve aprendizado para 2024, com um planejamento mais controlado. Segundo Melo, “os preços internos foram positivos, mas não tão expressivos quanto na suinocultura”. A exportação também desempenhou um papel crucial, superando os resultados de 2023.

Porém, a preocupação com a gripe aviária permanece em pauta. “Embora o Brasil ainda esteja livre de focos significativos, a vigilância sanitária é essencial para garantir a continuidade das exportações e a saúde do plantel”, alertou o analista.

No início de 2025, o cenário apresenta leve retração nos preços, algo esperado para o período. “As contas de início de ano, como IPVA e matrículas escolares, reduzem o poder de compra do consumidor, o que impacta temporariamente as vendas de carne”, explicou Melo. 

Mesmo assim, os custos de produção devem se manter sob controle, apesar da volatilidade cambial e das incertezas climáticas.

Para 2025, o setor enfrenta o desafio de crescer de forma sustentável, mantendo a competitividade em um cenário global instável. A exportação deve seguir aquecida, e o Brasil se posiciona como um dos principais players internacionais. “O setor está preparado para superar desafios, desde que mantenha o foco em sanidade e planejamento estratégico”, concluiu o analista.

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