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Suinocultura: contaminação da água pode ocorrer até na tubulação da granja

Além da fonte, é preciso verificar as estruturas, do reservatório à distribuição. Falta de cuidados prejudica a saúde dos animais, alerta especialista

 

De onde vem a água que você oferece aos suínos? Não pode ser de qualidade duvidosa. Confira alguns cuidados que vão te ajudar a mitigar riscos nas granjas. 

TUBULAÇÃO: Pode parecer apenas um detalhe, mas o caminho que a água percorre até os bebedouros faz toda a diferença. A estrutura da tubulação e a tubulação em si podem favorecer o acúmulo de biofilme, que é aquela sujeira aparente. Aí, pronto: risco de contaminação.

FLUSHING: Alguns produtores podem não dar a devida importância ao flushing, o que é um erro. Muitos aditivos utilizados na água de bebida podem ter açúcar na composição, atraindo microorganismos. Por isso, fazer um flushing das linhas depois do uso de aditivos minimiza os riscos. 

FILTRAGEM: Qualquer produto aplicado na água de bebida só vai ser eficiente se a água estiver livre de partículas sólidas, como terra ou areia. Os sistemas de filtragem precisam estar funcionando bem.  

CLORO: Outro ponto que requer atenção é a aplicação de cloro. Se o pH e o tempo de ação do produto não forem respeitados, o efeito também não vai ser o mesmo. Aliás, se o pH estiver mais elevado, o cloro pode se unir a metais, interferindo no odor e no sabor da água.

Palavra do especialista

De acordo com o engenheiro mecânico Thomas Hayashi, apenas a fonte da água não garante qualidade. Desde o reservatório central até a distribuição na rede, a água carece de cuidados. A filtragem ajuda a evitar o acúmulo de resíduos tanto no reservatório como nas tubulações, e essa retenção deve ocorrer antes da utilização de aditivos para tratar a água. “Não podemos desinfetar terra ou areia, por isso, é melhor segurar os resíduos na linha e depois aplicar desinfetante na água. O formato das tubulações também merece ser observado, porque nas granjas pode ocorrer um efeito chamado sifão, que é quando uma tubulação faz uma barriga e volta para um ponto mais alto. Isso causa o acúmulo de resíduos nos canos e pode trazer contaminações”, alerta.  

Hayashi também chama a atenção para a manutenção e para a limpeza da tubulação. Geralmente, o depósito de sujeira nos canos é resultado da diluição de medicamentos e aditivos nas linhas. “A dosagem não proporcional, ou seja, injetar medicamento de forma não controlada nas linhas,  é muito prejudicial, acarretando em uma saturação desse produto na tubulação e consequente decantação do veículo dos medicamentos nos canos. O produtor deve usar algum produto químico, como o cloro, para manter os canos limpos, evitando a aderência de microrganismos nas paredes das tubulações”, diz. Mesmo com os animais na granja, o flushing deve ser realizado de tempos em tempos. O flushing consiste em abrir um registro no final das linhas de bebedouros para aumentar a velocidade de fluxo da água dentro da tubulação, removendo resíduos. 

As medidas das tubulações também devem ser respeitadas. Além disso, Hayashi indica uma coleta de água com frasco transparente, algo muito simples que permite identificar uma possível turbidez da água, que é o principal sinal da presença de resíduos. Se a coleta ocorrer durante o flushing, melhor ainda. Para finalizar, o nível do pH também influencia no sabor da água e na eficiência de sanitizantes, como o cloro. Para avaliar a dureza da água, que pode causar diarreia, o produtor deve observar se há entupimentos nos chuveiros na propriedade. Fique atento.  

Gostou desse tema ou quer ver outro assunto relacionado à suinocultura? Envie sua sugestão para ligados@canalrural.com.br ou para o número de WhatsApp (11) 9 7571 3819

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