A proteína mais consumida no mundo é a suína, mas, no Brasil, o frango lidera o ranking das preferências. A boa notícia é que, com menos colesterol e gordura em comparação à carne vermelha, as carnes brancas são mais fáceis de digerir e podem ser consumidas em diversas preparações.
A nutricionista Tais Rimoli recomenda o consumo da carne branca, mas lembra que o ideal é manter um equilíbrio entre as proteínas. “A carne vermelha tem a proteína mais completa, mas também tem muita gordura saturada. Ela deve ser consumida preferencialmente na hora do almoço e, seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde, de uma a três vezes por semana, por exemplo, no churrasco do domingo. Já a carne branca tem ferro, ácido fólico, vitamina K e complexo B, além de conter menos gordura, daí a possibilidade de ser consumida mais vezes na semana e, por ser mais leve, até mesmo no jantar”, explica.
Taís também chama a atenção para os modos de preparo da proteína. “Se você fritar a carne branca, vai acabar com a maior parte dos benefícios dela. Grelhada, assada ou ensopada são as melhores formas de preparo. Fuja do milanesa. O mito que mais escuto no meu consultório é que só porque a carne é branca podemos comer à vontade ou sempre que tivermos vontade. Não é verdade. Devemos consumir todos os tipos de proteínas e de alimentos. Sabe aquela história de comer só frango com batata-doce? Então, não é suficiente, com certeza vai faltar alguma coisa”, finaliza.
Tão boas que até aumentam a imunidade
Os cuidados com a saúde devem ser constantes. Mas, durante uma pandemia como a que estamos enfrentando agora, investir em alimentos que nos tornam mais resistentes torna-se uma preocupação maior. De acordo com a nutricionista Fabiana Borrego, algumas orientações deveriam ser seguidas sempre, já que bactérias e vírus vivem nos rondando por aí. “A gripe, por exemplo, é bastante comum. Estar com o sistema imunológico bacana vale à pena sempre”, explica. “É muito importante consumir refeições completas, e agora não é hora de fazer dietas ou perder peso. Não estou dizendo para comer alimentos calóricos, mas comer todos os grupos alimentares, se alimentar bem”, completa.
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Fabiana diz que devem fazer parte das refeições os carboidratos, como o arroz, os tubérculos, para o cérebro trabalhar melhor, e as proteínas de baixo valor biológico, como a lentilha. “Já em relação aos produtos de origem animal, devemos priorizar alimentos com baixo valor calórico. O frango é ótimo, porque tem alto valor biológico, baixo valor calórico e é muito rico em proteína. Fazer preparações variadas, como assado com laranja, é ideal, porque alia vitamina C e proteína. E a carne de porco, que muitas pessoas têm preconceito, também possui cortes magros. Um lombo assado, que delícia, fica ótimo com castanha-do-pará, que é rica em selênio e ajuda o sistema imunológico. Junto com essa refeição, legumes e verduras crus e cozidos”, indica.
Para otimizar as idas ao mercado e se expor menos aos riscos, os miúdos do frango, muitas vezes desprezados, também podem, e devem, entrar nas refeições. “São fontes de proteínas riquíssimas e geralmente têm menos calorias. Podemos incluir em uma farofa com linhaça ou chia, por exemplo. Se comprar um frango inteiro, porque descartar os miúdos? A canja é outra opção, uma preparação nutritiva e prática inclusive para idosos. Se não gostar dos miúdos, pelo menos já come os nutrientes que ficaram no caldo, mas também podemos preparar com peito de frango ou até mesmo carne de porco em pedacinhos”, sugere.